segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Tocadores de música x individualismo


Gustavo Cordeiro
Uma cena comum em Amsterdã: os metropolitanos cheios de gente, cada qual com seu aparelhinho conectado aos ouvidos, ignorando seu companheiros de viagem. A mesma cena se repete em Nova York, São Paulo,Rio de Janeiro e em quase todas as grandes cidades do mundo.
Desde a invenção do sterobelt, em 1972 pelo germano-brasileiro Andreas Pavel, o mundo viu muitos tocadores surgirem, até chegarmos nos modernos “mp3 players”, capazes de armazenar milhares de músicas em formato digital (mp3), em minúsculos aparatos. Além de cada vez mais música, em tamanho reduzido, os preços caem a cada dia, o que ajuda na popularização dos tocadores.
Mas seria só o preço o responsável pela popularização? Segundo o psicólogo Armando Magaldi o preço é um fator secundário, pois a individualidade é uma meta a ser atingida pelo “American Way of Life”, o estilo de vida americana que prega o desenvolvimento individual, onde o homem deve lutar pelo seu sucesso, independente do que se passa com o próximo.
A opnião de Magaldi, de que esse fenômeno é influencia norte-americana é corroborada na monografia de Frederick van Amstel, que diz: "O tocador de músicas iPod... é hegemônico em Nova Iorque mas não em Hong Kong, onde a música é considerada pelos seus habitantes como uma forma de expressão de pertencimento a uma comunidade" (Amstel, Frederick van, Curitiba, 2006).
A moda atinge algumas cidades de forma tão agressiva, que em Londres foi proibido o uso dos tocadores em locais coletivos, como teatros, halls de edifícios e coletivos, mas alguns jovens ainda insistem em usá-los, transgredindo a lei.

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