segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O remédio é caminhar

Paulo Sampaio

Quando o sol ilumina as ondas do calçadão de Copacabana, nas manhãs do Rio de Janeiro, já existem ali pessoas caminhando de um lado para o outro, paralelo ao vai-e-vem dos carros da Avenida Atlântica. Será diversão? Não, é remédio! Um santo remédio, por sinal, para os males que chegam com a terceira idade. Caminhar e refletir observando o movimento da cidade ajuda o idoso a manter bem o seu lado físico e também mental.

O clínico geral Milton Hideaki, da Universidade de São Paulo, aprova a atitude dos esportistas cariocas. “É isso mesmo, tem que saber unir o prazer e os exercícios nessa idade para aproveitar melhor a vida”. Em dezembro Hideaki coordenou uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP que comparou idosos entre 60 e 80 anos que praticam caminhadas, com sedentários. E o resultado é favorável aos esportistas: a capacidade cardiorespiratória mostrou-se 52% mais resistente. “De certa maneira o sistema respiratório deles permaneceu bem mais parecido com o dos jovens” explica o clínico geral Milton Hideaki.

Entre os esportistas aqui do Rio, nossa equipe encontrou três senhoras animadas: Annita Kogut, Tânia Marques, e Susy Fontes. As amigas são moradoras de Copacabana há mais de 30 anos. “Vimos tudo mudar aqui na Atlântica, e continuamos caminhando aqui” conta Tânia, 72 anos. Perguntada sobre os benefícios, dona Annita, 68 anos, é rápida no gatilho: “olha bem pra mim, tenho cara de quem tem pouca saúde? E a cabeça vai muito bem, com essa paisagem toda na frente não há problema que resista”. Já Susy, a caçula de 62 anos, só pensa na hora do intervalo. “O melhor de tudo é quando a gente senta pra tomar água de coco, não tem coisa melhor” diz Susy, entre risadas.

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