
Amanda Farias
Mais de 100 anos se passaram desde que a idéia de se criar uma estrada para ligar as praças Almirante Júlio de Noronha, no Leme, e Coronel Eugênio Franco, no Posto 6 de Copacabana, fosse colocada em prática. Dessa idéia iluminada nasceu a Avenida Atlântica. Um investimento que ajudou a alçar Copacabana e o Rio de Janeiro à categoria de cidade turística. Muita coisa mudou: os famosos casarões deram lugar às torres que compõem os cartões postais de Copacabana, e as pistas tornaram-se amplas e duplicadas. Isso tudo mudou junto com a vida do carioca.
Na mente, logo vem à imagem do pessoal praticando esportes nas areias, belas mulheres em banhos de sol pra lá de sensuais e os surfistas só à espera da melhor onda. E ainda pelo calçadão agitado do paisagista Burle Max, com gente caminhando e pedalando.
Nascida em Madureira e moradora de Copacabana há mais de 40 anos, dona Deyse sai na contramão das belezas do lugar: “eu só passeio no horário da manhã. Copacabana está muito insegura, cheia de mendigos e sujeira para todo lado. Acho que precisam olhar mais para esse lugar”. Denuncia. Sua amiga dona Claúdia, reclama da instalação dos novos quiosques. “Eles não têm nada a ver com o desenho da orla, são muito modernos, não combinam com Copacabana” reclama.
As duas amigas acompanharam a evolução da Avenida, que hoje é palco para todo tipo de artista, desde os vendedores, passando pelos famosos do Copacabana Palace, até a verdadeira babel de nacionalidades que circulam pelo calçadão. Ainda com todos os problemas do bairro, a Avenida Atlântica continua dando o charme da Princesinha do Mar, como é conhecida a praia mais famosa do Brasil. E todos os que moram, freqüentam ou freqüentavam sabem bem aproveitar a vida e um dos cartões postais do Rio. Nada melhor que a Avenida Atlântica para se refletir sobre ela.
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