
Paula Ranieri
Os vilões roubam a cena nas novelas. Personagens como Bebel (Camila Pitanga) e Olavo (Wagner Moura) de “Paraíso Tropical” fazem sucesso entre os brasileiros. Eles praticam os mais diversos golpes,são invejosos e ambiciosos, mas o público adora, fazendo com que fiquem na expectativa das próximas ações dos personagens e torcendo por um final feliz. O casal mau caráter faz mais sucesso do que os mocinhos da novela, Paula (Alessandra Negrini) e Daniel (Fábio Assunção).
Em tempos que a teledramaturgia brasileira se aproxima cada vez mais do cotidiano, os espectadores priorizam esses personagens que não são politicamente corretos , garantindo a audiência das novelas: “O momento que a gente vive faz com que a gente se identifique com a nossa realidade, e é essa onde o mal está sempre se dando bem, o que não é o correto”, comenta a professora de filosofia Silvia Nogueira.
A vilã Bia Falcão, personagem interpretada por Fernanda Montenegro na novela “Belíssima”, foi viver em Paris no final da novela. Em "Vale Tudo". Marco Aurélio (Reginaldo Farias) fugiu do país cheio da grana e dando uma 'banana' para o Brasil. São exemplos fictícios que se assemelham com a vida real, mas não são exemplos para a população: “A gente precisa de bons exemplos, nós vemos parte de nossa personalidade em um personagem de novela. Nós somos formados assim, temos bons e maus momentos”, comenta Silvia.
Embora os vilões não sejam bons exemplos, os costumes ditam moda para o público. As roupas e bijuterias da Bebel ditaram moda durante a veiculação da novela, e as gírias da personagem caíram na boca do povo. No último capítulo, Bebel foi presa e algum tempo depois, arrumou um senador com dinheiro suspeito e foi depor um uma CPI. Bem parecido com a nossa realidade.
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