quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Modismo só se For por Opção


Nicole Tamborindeguy


A moda está cada vez mais sintonizada com os fatos que ocorrem na sociedade. As tendências sócio-econômicas estão sendo transformadas e levadas às passarelas em forma de produtos. Desde os anos 90, a moda democratiza e mistura tendências, formas e cores. Há algum tempo os estilistas deixaram de lado a criação de roupas, levando às passarelas o que observam no cotidiano das pessoas, buscando inovar e facilitar o dia-a-dia das pessoas. Um exemplo disso é a moda sagger, a qual se originou nas penitenciárias norte-americanas onde os presidiários têm tamanho único de roupas e não podem usar cintos devido ao perigo de enforcamento. Após cumprirem suas penas, os homens continuavam a usar a calça baixa fora dos presídios por hábito. Muitos deles faziam parte da cultura rapper e do hip hop.

A moda verão de 2004, por exemplo, trouxe à tona uma parte da história. Só que agora representada por um segmento que não está inserido nas condições que estas foram criadas e, ao contrário do esperado, os pré-requisitos não são passagens por nenhum presídio e sim por se ter um corpo definido. Ela amarra-se apenas ao estilo desleixado com a cueca à mostra. Atualmente é comum ver jovens andando com as calças arqueadas.Segundo a professora universitária que atua na disciplina de História da Moda Raquel Oliveira, a rebeldia na moda teve início a partir dos anos 1960, quando as pessoas começaram a usar o que queriam e a rua virou campo de estudo para os estilistas. “Os estilistas começaram a buscar inspirações no que viam nas ruas.”

Marcelo Iabrude, 25, proprietario da loja Tear Gas, disse que o estilo sempre vendeu entre os que conhecem a ideologia. "Houve uma época que mais pessoas compravam, quando houve o modismo há uns anos atrás, mas quem realmente não segue o modismo sempre comprou".

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