quarta-feira, 21 de novembro de 2007

A "night" GLS no Rio de Janeiro


Roberta Zimmermann


O DJ toca os hits do momento na cena eletrônica, são duas horas da manhã e a pista está bombando. Um moreno alto, com cabelos arrepiados, camiseta regata e calça jeans dança há mais de uma hora sem parar até que um loiro não tão alto, com um físico de modelo se aproxima, fala algo no ouvido dele e dez minutos depois eles estão abraçados, se beijando, isso sem parar de dançar. Se você ainda não viu essa cena, não conhece o mundo das boates GLS do Rio de Janeiro, que cada vez mais conquista um público de mente aberta, sem preconceitos e que só busca diversão durante a noite: “Eu freqüentava boates hetero mas detestava o comportamento de certos homens que me pegavam pelo braço ou puxavam, praticamente me obrigando a ficar com eles. Nas boates GLS não tem isso, todo mundo se respeita”, conta a estudante de direito da Unisuam, Rachel Moura.
Muitos como Rachel se enquadram no perfil dos chamados simpatizantes, que são aqueles que, mesmo sendo heterossexuais, têm uma boa relação com o público gay, e freqüentam as casas GLS por que gostam e se sentem bem no ambiente. Além do respeito citado por Rachel, outro atrativo que pesa na escolha são algumas promoções como a de uma casa no Centro da cidade, que oferece bebida liberada para os que pagam a entrada de R$ 20. Gisele, 27 anos, lésbica e freqüentadora dessa boate do Centro, conta como “funciona” a night GLS para quem não é gay: “Muitos casais hetero freqüentam boates GLS em busca de diversão. O comportamento desses casais é normal. Respeitam o ambiente e são sempre muito respeitados”. Gisele questiona se teria a mesma liberdade numa boate hetero: “A maior diferença que eu consigo ver, é o fato de que em boates GLS todos são sempre bem recebidos sem qualquer tipo de preconceito. Você poderia sem problemas freqüentar uma boate GLS com o seu namorado sem ter olhares estranhos, risinhos ou mesmo sem correr o risco de tomar uma surra do lado de fora. Já eu, com a minha namorada, acho que não poderia ter a mesma tranqüilidade se a situação fosse contrária concorda?”.
O chefe de segurança Alysson Santos, 29 anos, gay, cita outros aspectos positivos de boates GLS: “O ambiente é mais limpo, mas seguro, não tem tanta gente bêbada e as músicas são tudo de bom”, afirma Alysson. Por falar em música, a preferência de ritmo do público que freqüenta as boates GLS são as batidas eletrônicas (techno, house, trance...) mas os DJs das casas também tocam axé, pagode, hip hop e funk, tudo para agradar a todos os gostos musicais, numa verdadeira “democracia do arco-íris”.
A média de preço varia pouco entre as boates hetero e as GLS, mas o preço do que é consumido no interior de uma boate GLS é maior do que o preço encontrado nas boates hetero: “O preço de uma bebida, como um energético por exemplo numa boate gay da zona sul é quase o dobro do cobrado numa boate hetero. Eles acham que gay é rico”, explica Alysson.
Uma prova de que as boates GLS têm caído no gosto de todos os públicos é o fato de que vários artistas têm sido flagrados se acabando de dançar nessas boates, como as atrizes Gisele Itié, Viviane Victoretti e o ex-galã de Malhação, Iran Malfitano. Se você também acha que todos têm o direito de fazer suas escolhas e se divertir da forma que quiserem escolha o lugar de sua preferência e curta sua night no animado fim de semana GLS carioca.

Um comentário:

Unknown disse...

parabens....pelo mnos alguem de cabeça aberta e hetero pra falar bem das nossas noites marvilhosas e como vc mesma disse com respeita .um abraço .....tom!